4 de novembro de 2008

Retrat(ação): Olhares do Amália

Se fosse pra eu citar um dia que sempre será lembrado na Oficina de Cinema do Projeto Vida Nova, diria 1º de novembro de 2008. E penso não estar sozinho na escolha. Afinal, essa foi a data de abertura da nossa primeira exposição fotográfica, “Retrat(ação): Olhares do Amália”, primeiro resultado público do trabalho de nós, voluntários, dos alunos e do grupo Mnemocine, professores do curso de fotografia.

Mas para alguns, realizar este evento não foi muito simples. Incontáveis e-mails discutindo sua realização, madrugadas pensando no projeto (que o digam Pamella Hein e Rodrigo Serafino, arquitetos idealizadores da parte visual), mudanças de data, busca dos melhores preços, imprevistos inacreditáveis, orçamento apertado, viagens (algumas em vão) a distantes bairros de São Paulo (Samuel Siqueira e Fabiana Vaz foram para no Brás) buscando o melhor material, muita cara de pau, cobrança dos patrocinadores. Impossível lembrar de todo o trabalho dos oficineiros até chegar esse dia. Até o presidente da ONG, Erick Pomin, precisou intervir em um momento onde já se sentia, entre alguns voluntários, aquele ar de “já era, a exposição”.

E ainda nem falei dos últimos instantes, aqueles que já estávamos com parte do material em mãos. O já citado casal Rodrigo e Pamella já havia perdido noites de sono terminando o projeto - aquela parte que é feita usando apenas conceitos e muitas idéias. Os dois tinham até passado para o computador, deixando tudo redondinho pra nós, leigos, entendermos. Na quinta, voluntários puderam passar boa parte da noite cortando, lavando (no chuveiro!) e secando (com pano de prato!) acetato e montando algumas caixas, pra adiantar o trabalho que só terminaria com a chegada do material da gráfica na sexta.

Na noite do dia 31, voltamos para terminar o trabalho, já com tudo em mãos. Alguns ali não imaginavam que a noite seria tão longa. Pra economizar o seu tempo de leitura, vou pular as inúmeras atividades realizadas, que iam desde minuciosos cortes de adesivo pela Pamella e Rodrigo, com participação de Thais Guin, até o leva e traz de sensíveis caixas de papelão. Chegamos, enfim, ao Shopping Campo Limpo para a montagem definitiva. Depois de alguns minutos em frente ao portão errado e outros em frente ao correto, conferindo os nomes dos autorizados, adentramos ao Shopping. De lá, sairíamos na manhã do sábado, duas horas antes do evento. Isso, “no talo”.

“No talo” descreveria também o nosso material. Onde já se viu uma equipe realizar uma exposição sem nenhuma margem de erro. “Teremos 65 caixas na exposição”? Ok, 65 caixas compraremos. Um minúsculo acidente, uma caixa com defeito, um acidente de percurso, qualquer erro e teríamos um “buraco” na exposição. Nem nos adesivos, usamos previmos qualquer erro. Uma colagem errada (aquela “bolha” tão comum em qualquer adesivagem), um corte errado, qualquer coisa impactaria diretamente na exposição. Sem falar que, no caso de acontecer algum imprevisto, não teríamos nem como correr atrás de material substituto – alguém aqui conhece loja Kalunga que fucione 24 horas? E gráfica? E uma fábrica ou revendedora de caixas de papelão (!)? Incrível, mas tudo saiu como deveria sair.

Um café da manhã abriu o tão aguardado evento. Emocionantes palavras do presidente Erick Pomin, do superintendente Eduardo Jorge e da Sonae Sierra Brasil pela pessoa da Lídia Gomes anunciavam oficialmente a abertura da exposição. Uma recompensa surpreendente. Tanta felicidade nos olhos dos alunos ao verem suas fotos sendo apreciadas por todos os presentes e tanta gratidão dos patrocinadores ao verem seus recursos rendendo bons frutos fizeram nossos esforços pré-exposição parecerem tão pequenos.

Tantos nomes para serem lembrados nesse momento tão importante pra Oficina. Da ONG e seu freqüente apoio. De todos os voluntários que dedicamos nosso tempo e carinho a essa empreitada. Dos alunos presentes. Dos nossos amigos que sempre nos apóiam. Da Sonae Sierra Brasil que nos deu essa oportunidade. Do Shopping Campo Limpo, por ceder seu espaço e pela doação de 10 câmeras fotográficas conseguidas pelo superintendente Eduardo Jorge - que essa parceria perdure por muito tempo.

Por último - e mais importante - um agradecimento a Deus que esteve presente em todos os momentos, desde a aprovação do projeto de Oficina de Fotografia até essa tão memorável exposição que estará na memória da Oficina de Cinema e de seus participantes para sempre
. E que venha a Rouanet!!!





Acima, a prova do crime. De frente para trás, Pamella, Rodrigo (arquitetos absurdos), Fagner, Stela, Marina, Thais e Mauro. Samuel e Fabiana estiveram lá também. Muitos outros ajudaram, mesmo que não presentes, mas de alguma maneira.