9 de abril de 2009

O valor da verdade

A intenção era passar alguma certeza, algum fundamento sobre o qual os adolescentes da Oficina de Cinema pudessem passar a construir suas trajetórias: a verdade!
Afinal, o que é a verdade, o que é “a coisa certa a se fazer” em determinadas situações? Ética. Em que consiste?

Um homem rico passando pela rua deixa cair uma nota de vinte reais no chão. Uma pessoa necessitada observa a nota caindo e, sabendo que é exatamente a quantia que necessita para completar o valor do aluguel da casa onde mora com sua família, entra em um dilema. A cena congela e os adolescentes da Oficina de Cinema estão encarregados de determinar a continuidade da situação apresentada.

A discussão começa acalorada e convictamente a maior parte da sala defende que o certo a fazer é pegar o dinheiro e garantir naquele mês a moradia para sua família, afinal “esse dinheiro não fará falta para aquele homem que era rico”. Outra parte da classe, uma minoria, era a favor da devolução do dinheiro, pois poderia ser que por um bom ato houvesse uma recompensa.

Argumentos e contra-argumentos acalorados pautaram a discussão, e os voluntários se encarregavam de manter a ordem e instigar a reflexão daqueles indivíduos que talvez pela primeira vez paravam para analisar friamente uma situação como aquela.

Após a exposição dos motivos de cada um para a defesa de seu ponto de vista, os voluntários Franco e Samuel levaram os adolescentes a uma profunda reflexão. Apontaram o perigo do pensamento: “O homem rico não sentirá falta” e também do raciocínio “Farei o certo, pois receberei uma recompensa”. “O homem rico não sentir falta” pode ser o princípio de pensamentos criminosos que, com o perdão de algum exagero, podem justificar até um assalto. Quanto ao “...receberei uma recompensa” nem precisamos mencionar a frustração que tal pensamento pode trazer, afinal, e se essa recompensa nunca vier?

Sem respostas para essas questões e vendo que muitas vezes a racionalidade não possui respostas para tudo, os adolescentes, que neste momento faziam um silêncio sepulcral, foram levados a meditar nas verdades apresentadas pela Bíblia: a ética cristã, da qual são adeptos os voluntários do Projeto.
A dignidade do dinheiro recebido pelo próprio trabalho, a obrigação de cada indivíduo ter para si apenas o que é seu por direito, independentemente das conseqüências, foram ali quase “simploriamente” demonstrados por meio dos relatos constantes dos evangelhos (“Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”).

O dia de amanhã pertence a Deus. Ele é quem promete guardar seus filhos quanto ao que comer e ao que vestir. Quanto a nós, no dia de hoje, cabe fazer a coisa certa. Esse foi o valor absorvido pelos adolescentes naquele sábado, o qual pode dar um rumo totalmente diferente às suas vidas. Para isso temos lutado.

Um comentário:

Unknown disse...

A verdade é um dos valores mais importantes para a nossa vida...
Essa atividade foi super bacana
Parabéns para os voluntários